Este artigo foi publicado na coluna educação do portal UIPI
Elypaschoalick comenta sobre um caso em que foi negado o “avanço de série” para aluno diagnosticado como portador de altas habilidades.
Recebi um comentário sobre o artigo: Estratégias brasileiras para alcançar metas educacionais. Aconteceu em minha cidade. E na sua?
Transcrevo-o aqui para você, professor, tomar conhecimento e ficar atento para não repetir ou permitir este erro:
“Você tem toda razão neste artigo, e foi exatamente por isso que fui forçada a mudar desta cidade em busca de justiça e atendimento profissional e adequado para meu filho.
Falo com experiência própria devido a grande decepção que tive ao ter procurado as autoridades desta cidade como:
Ministério Público (promotoria), Conselho Tutelar, Secretaria Estadual de Educação, Delegacia de Menores, Imprensa (SBT), Polícia Militar e Civil, Secretaria Municipal de Educação para que tomassem providências em relação aos descalabros educacionais que escolas privadas e municipais fizeram com meu filho.
O que obtive como resposta?
Arquivamento com a justificativa de que nada estava acontecendo.
É a lei da mordaça para manter as reeleições”.
Interessei-me pelo caso e vou compartilhar com vocês leitores outros acontecimentos que fazem parte da triste experiência que esta mãe viveu.
Experiência que demonstra o despreparo e o pré-conceito educacional do qual a verdadeira vítima é a criança.
Tendo um filho diagnosticado, com 5 anos, como portador de altas habilidades a mãe solicitou que a escola municipal fizesse avanço de série, uma vez que seu filho, com tenra idade, possuía capacidades intelectuais além de sua série.
A negação do avanço, pela rede municipal, em nome de um pré-conceito de que o aluno, por ser novo e pequeno, necessitava mais brincar do que estudar proporcionou uma série de problemas comportamentais e desajustes para a criança, fato este previsto nos estudos sobre crianças superdotadas obrigadas a freqüentar séries aquém de seus interesses intelectuais.
Começou aí uma guerra onde, de um lado estava a família, que reivindicava atendimento escolar adequado a seu filho, do outro, a prefeitura, que ao negar o laudo feito por doutor em psicologia e membro da Universidade Federal de Uberlândia, tentava de toda maneira comprovar os defeitos da criança e sua inadequação ao sistema escolar.
Neste ambiente, quem perdeu o interesse pelos estudos foi a criança que viveu, em meio a esta turbulenta luta judicial, 4 longos e turbulentos anos de sua curta vida escolar (2006-2010).
As intempéries vividas pela criança só acabaram quando a mãe, após ser presa por desacato à autoridade, resolveu desistir, por acreditar que não há mais lugar/autoridade nesta cidade onde recorrer.
Insistência é desacato?!!!...
A família mudou-se para o Distrito Federal, local onde seu filho cursou, na rede pública, sem “problemas”, feliz e com motivação, o sétimo ano do Ensino Fundamental.
Se as autoridades desta cidade tivessem aceitado, desde os 5 anos daquela criança, que ela realmente era superdotada, como atestava claramente o laudo produzido e assinado por doutores em educação, muito sofrimento teria sido evitado.
Ainda vivemos uma escola exclusiva, engatinhando a “passos lentos”, ou melhor, a “joelhadas lentas” pelo caminho da inclusão.
Obs.: A mãe enviou-me um dossiê com mais de 40 páginas onde descreve e comprova os fatos acontecidos. Se você se interessar entre em contato comigo que ela me autorizou a divulgá-lo.
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