quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Analisando uma aula frontal cujo objetivo é treinar professores a passar numa prova de concurso público

Hoje acordei as 5h30 (Meu Deus, horário de verão, então são no meu relógio biológico 4h30) e fui fuçar no meu Face e qual a surpresa: havia um vídeo que cliquei para assistir e comecei a sentir meu estômago enrolar, ralar, rolar, virar... 

Resolvi escrever para registrar meus protestos e talvez um dia no futuro ter mais e mais professores virando Românticos Conspiradores, concordando comigo e defendendo uma transformação no ensino.

Minha esperança é ter muitos professores repetidores, mecanicistas, conteudistas tendo lampejos de luz e conseguindo despertar para a realidade de que "é possível fazer diferente".  Diferente substituindo o ensinar a alguns pelo ensinar a todos e a cada um. Diferente substituindo a brincadeira, com os alunos “sem luz”, de "gato e rato", colocando armadilhas para “pegar” seus estudantes em suas burrices, falta de lógica, desinformação e desinteresse.
Gente! Desperta" Que realidade mais triste: aula para aprender a não cair nas armadilhas que consultores, "amigos do governo", que ganham fortunas do nosso suado imposto, para suas milionárias consultorias, preparam nas jurássicas  provas externas. Com estas provas o governo gasta grande percentual da verba que se destina para a VALORIZAÇÃO DO PROFESSOR, uma vez que o concurso público é um dos artigos considerado como valorização do professor. (deveria ser primordialmente REMUNERAÇÃO a locomotiva da valorização - bem, mas este é outro assunto que fica para outra vez).
Voltando na aula preparatória para concurso público para quem vai classificar-se no concurso da SEDF 2016 com o palestrante Hamurabi em 12/10/16. (Quero deixar claro que não estou criticando o professor mas sim a metodologia que é a vigente no universo educacional do mundo).

Conheça a aula: 

https://youtu.be/CujsmnHKpcM

Misericórdia meu Deus: ensinar o professor a não se posicionar politicamente em uma prova para poder ser aprovado em um concurso que lhe permitirá ser empregado da educação pública, é ensinar a vender a alma para o LIMBO - NEM CÉU E NEM INFERNO. E quando o palestrante defende e ensina esta ideia de não se posicionar politicamente, ele próprio declara sua ideologia através de seu tom de voz e reprodução irônica da fala de quem é contra a MP 746/2016 e ainda afirma isto é "natureza técnica". Sim, técnica de VENDA DE LIVROS e enriquecimento dos grandes parques gráficos.
Muitas vezes o professor palestrante se posiciona politicamente com a expressão: “tempestade em copo d’água” que estão fazendo os que são contra a PEC. PRONTO: SE POSICIONOU A FAVOR: CUIDADO!!
Ah! Entendi: Não pode se posicionar contra, mas se for a favor PODE!!
Esta é a nossa realidade nacional educacional: O professor detém o conteúdo e o saber, os alunos atrapalham, conversam, são distraídos, barulhentos, desconcentrados, mas admiram o professor, pois percebem que ele domina aquilo que ele, aluno, vai estudar uma vida inteira e não vai saber e quando a bola bate na trave, levanta sacode a poeira e dá a volta por cima ignorando e desprezando os sentimentos de menos valia que ficam no inconsciente do estudante/professor que cada vez achata mais sua auto-estima de maneira a entender e aceitar que não passa na prova porque é ineficaz, inadequado, incompetente. No entanto, não devemos desanimar pois com um pouco mais de esforço poderemos passar no próximo concurso.
Ao final o professor fechou sua aula passando uma tarefa imensa para cada aluno fazer. Assim, aquele que não fizer, já pode entrar na prova com sua culpa reagindo negativamente sobre sua mente.
E, logicamente, o palestrante encerrou vendendo o curso e as apostilas, com direito a premiação afetiva intelectual e tudo mais como manda o figurino desde a escola prussiana no século XVIII até a escola mediática do século XXI.

Realmente urge Mudar a Escola, Melhorar a Educação, Transformar um país.

Urge Núcleos de Transformação de Professores, pois o professor ensina como aprende e só nos libertaremos das aulas frontais que nos treinam a passar em uma prova se nos transformarmos, caso contrário repetiremos o que Vernek já denunciava: "O professor finge que ensina, o aluno finge que aprende" - " Se a boa escola é a que reprova, o bom hospital é o que mata".