domingo, 11 de setembro de 2016

Mudar é Difícil, Fingir que Muda é mais Fácil!


FLAGRANTES DAS SALAS DE AULAS DO SÉCULO XXI QUE DENUNCIAM 200 ANOS DE ATRASO NA EDUCAÇÃO.
Ely Paschoalick
Mudar é difícil, fingir que muda é mais fácil e dá visibilidade. A mudança assusta e dá insegurança.

Poderia eu aqui estar a citar inúmeras afirmações culturais que permeiam o assunto MUDANÇA.

Ou, poderia, se quisesse, apontar as muitas dificuldades relatadas pelos trabalhadores da educação que se debruçam sobre projetos inovadores que realmente propõe uma mudança da velha maneira de ensinar, implantada desde o exército da Prússia, reproduzida pelas escolas catequistas dos Jesuítas e modernizadas pelos chamados Sistemas de Ensino, onde se utilizam a velha aula frontal, carteiras enfileiradas, grade horária, provas externas e internas e outros paradigmas que engessam nosso sistema educacional em flagrante desobediência à Lei de Diretrizes e Base Nacional.

"O sistema educacional prussiano foi o primeiro sistema público de ensino, no qual valores cívicos, éticos, línguas e matemática eram ensinados. Sua finalidade era unificar a Prússia, e acabou se valendo para a manipulação da população através desse sistema de ensino".
https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Tradu%C3%A7%C3%A3o/Sistema_educacional_prussiano

Mas, preferi, neste artigo, apresentar algumas fotos tiradas em salas de aulas do século XXI que demonstram a permanência e a prática de uma filosofia educacional implantada desde 1700.

Foto 1= Crianças assistindo uma apresentação, possivelmente preparada pelo professor ou retirada do material de autoria de alguma franquia (Sistema Educacional) em lousa digital.(foto retirada da internet de uma escola de São Paulo-capital).







Educação 200 anos de atraso
Século XVIII
Século XXI
Como deveria ser ...
·          Alunos enfileiradas em sala de aula, estratégicamente arrumadas para não se comunicarem um com o outro,
·          Carteira de madeira
·          Estojos de pano (capanga)
·          Carteiras altas deixando as crianças com os pés no ar.
·          Cada professor escolhe o melhor lugar, em seu julgamento, que é para cada um sentar-se. Ora separando os amigos, ora separando por nível de conhecimento e por outros critérios que o professor considera adequado para haver um maior rendimento nas atividades propostas pelo professor.
·          Idem: crianças enfileiradas em sala de aula, estratégicamente arrumadas para não se comunicarem um com o outro,
·          Carteira de plástico
·          Estojos de plástico
·          Idem: Carteiras altas deixando as crianças com os pés no ar.
·          Alunos escolhendo o lugar onde quer sentar-se e o professor comandando trocas de lugares quando considera que a escolha do aluno impede a qualidade de  produção das atividades que são propostas pelo professor.
·         Estudantes  agrupadas em círculo de maneira a possibilitar que uma olhe para a outra e o professor como estimulador de conversas e pesquisas entre elas.
·          Carteiras e estojos de material reciclável.
·          Móveis proporcionais ao tamanho dos estudantes para que eles possam descansar os pés no chão.
·          Liberdade para o estudante ou seu grupo decidirem onde e como é mais confortável permanecer para o alcance pelo qual aquela equipe se reuniu.


Foto nº 2= Sala de aula com alunos enfileirados frente a uma lousa digital que projeta o desenho de uma casinha estereotipada à moda da arquitetura rural ou mesmo urbana de bem antigamente.




Esta foto dispensa comentários, pois somos sabedores de que uma lousa digital poderia, na pior das hipóteses, levar os estudantes a fazer um tour através da arquitetura dos diferentes agrupamentos humanos residentes próximos aos diversos meios ambientes e suas matérias primas, como por exemplo, as construções de prédios submersos nos oceanos de Dubai, Japão...

Foto 3= Professores oferecem folhas grandes a cada aluno para que individualmente façam alguma atividade usando seus estojos de materiais. Não sei qual foi a atividade proposta, mas observem que o "modelo estereotipado" da casa continua a ser projetado.



Após a observação destas três fotos só posso refletir que mudar é difícil, é muito difícil... Mais fácil é fingir que mudamos.

É necessário ficarmos sempre alertas ao processo que se passa dentro de nossos paradigmas para mudarmos, se assim desejarmos. Quais são as crenças que nos fazem fingir que mudamos pensando e muitas vezes até afirmando que estamos mudando?
Estejamos atentos, pois Mudança educacional não depende do externo, do prédio, da atividade, dos móveis, da sala, do intervalo de tempo, da tecnologia e muito menos do currículo que vamos desenvolver com o estudante.
Não basta introduzir a tecnologia para praticar uma educação moderna.  

É necessário quebrar paradigmas, muros, salas, séries, faixa etária, isolamento de professores, isolamento de estudantes...

Se você flagrar fotos de sala de aula atual que comprovem o moderno ser apenas “uma cereja no bolo” ou seja, o moderno estar sobre uma estrutura embolorada e antiga, some-se a mim pelos comentários deste artigo ou diretamente pelo endereço: elypaschoalick@gmail.com

Conheça o III Manifesto pela Educação onde um grupo de educadores com representação em quase todos estados da Federação se disponibilizou para contribuir na construção de um sistema educacional que, efetivamente, cumpra a LDBEN e apresenta o documento “Mudar a Escola, Melhorar a Educação: Transformar um País”, por considerar que o mesmo poderá constituir-se num instrumento de debate e em efetiva mudança.
http://manifestopelaeducacao.blogspot.com.br