terça-feira, 29 de maio de 2012

49- Reprovação no ensino médio na cidade é maior que em Minas


Quero levá-lo a pensar que a culpa não pode cair sobre menores que estão a mercês do sistema e do meio social em que estão vivendo.
O governo, em uma democracia, é o responsável pela formação dos educadores (pais e professores) que por sua vez necessitam ensinar cidadania a seus menores para que não fiquem vítimas do descaso, abandono ou acaso. Leia mais sobre educação em minha coluna http://uipi.com.br/colunas/2012/05/28/periodo-integral-um-bem-que-o-governo-faz-mal/.
Transcrevo aqui a matéria do reporter Frederico Silva sobre o resultado da pesquisa oficial sobre o ensino médio.  
Abraços Ely

17/05/2012 21:31
Reprovação no ensino médio na cidade é maior que em Minas


Wagner Lemos disse que 11 escolas já têm ensino integral

A taxa de reprovação dos alunos do Ensino Médio das escolas públicas de Uberlândia está acima da média nacional. 

Enquanto que em Minas Gerais o índice é de 13,3% e no Brasil de14,1%, em Uberlândia os repetentes chegam a 18,7%. Ou seja, dois em cada dez alunos são reprovados nesta fase escolar. Os dados são do Censo Escolar 2011.

Falhas na metodologia de ensino aplicada, principalmente, nas escolas estaduais, que abrigam 20.577 alunos (98,5% do total), são a principal justificativa dos especialistas para esta realidade. Neste caso, o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (Ifet), única instituição pública além das estaduais, que tem 310 alunos, está a parte já que registra taxa de reprovação de 6,1%, melhor inclusive que das escolas particulares que é de 6,3%.

No comparativo com anos anteriores, o índice de reprovação das escolas públicas sempre esteve entre 18,3% e 19,9%, levando em conta dados do Censo Escolar, desde 2007.




De acordo com Ely Paschoalick, psicopedagoga e consultora educacional, a taxa se mantém na mesma média há cinco anos, porque a metodologia também não é alterada.

“O ensino, desde o Fundamental, é mecanicista, trata todos da mesma forma e não leva as dificuldades individuais de cada aluno. Assim, a maioria deles chega ao Ensino Médio com baixa estima e avaliam que como foi difícil chegar ali, será impossível seguir em frente”, afirmou.



O mestre em educação da Universidade Federal de Uberlândia, Eduardo Macedo, afirma que “o aluno chega sem base nenhuma ao Ensino Médio e quando são reprovados acabam abandonando a escola”, disse. A taxa de abandono da rede pública em Uberlândia é de 14,1%. No total, somente 67,2% dos alunos recebem aprovação no Ensino Médio.


Estado

O superintendente regional de ensino Wagner Lemos afirma que a taxa de reprovação da rede pública no Ensino Médio em Uberlândia está acima das médias nacional e estadual, no Censo Escolar 2011, em virtude do tamanho da cidade, já que médias semelhantes são encontradas nos cinco maiores municípios do Estado, como Belo Horizonte e Juiz de Fora.

Segundo ele, a Secretaria Estadual de Educação tem tomado medidas para alterar a realidade. “Já este ano 11 escolas do Estado passaram a ter ensino integral, no ano que vem este número será de 512 escolas e, em 2014, todas as instituições serão alcançadas”, afirmou.

Para a psicopedagoga Ely Paschoalick, o ensino em tempo integral é a única solução para reduzir as taxas de reprovação, mas deve ser aplicado seguindo alguns critérios. 

“Não basta levar o aluno para a escola em dois períodos. É preciso que eles sejam monitorados pelos professores, com incentivo a pesquisa e para dando base de aprendizado, não apenas para passar no vestibular”, afirmou.


Censo Escolar 2011

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48- Normas da ABNT para professores nota zero.


Lembro-me de uma discussão com uma professora quando cursava a faculdade de filosofia.

Ela chegava aos sábados para seu horário de aula dupla, ligava o retroprojetor, colocava a sala na penumbra e projetava infindáveis lâminas digitadas em tipos tamanho 12, sem margens.

Depois, com voz monótona lia tudo que estava sendo projetado.

Acompanhava a leitura descendo uma régua que permitia que ela não perdesse tempo procurando em que linha estava.

No dia da discussão, cutuquei a onça com vara curta perguntando-lhe na aula:

_Professora existem normas da ABNT para lâminas de professores ou só para trabalhos de alunos?

Pronto, estava detonada a 3ª guerra mundial.

A temida Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) era um pesadelo a todos os alunos, havia até aqueles que faturavam uma graninha para o lanche formatando os trabalhos dos colegas dentro das normas da ABNT.

Aquela professora era uma grande conhecedora de sua matéria e uma pesquisadora com rigor científico. Eu admirava muito seu conhecimento e muitas vezes me beneficiei com seus comentários objetivos e pertinentes que enriqueciam meus projetos.

Mas no tocante a repassar conhecimento aquela professora era nota zero.

Percebia-se claramente que ela, sendo auditiva, acreditava que para todos nós bastava ouvir para aprender. Ledo engano!

Há, segundo a neurolinguística,  pessoas com percepções auditivas, outras visuais e outras ainda cinestésicas.

Para os auditivos sim, é relevante ouvir as explicações para conhecer e refletir sobre o que está ouvindo, mas para os visuais o importante é ver e para os cinestésicos é primordial que ele receba estímulos do movimento ou seja do fazer ou imaginar fazendo.

Acontece que sou visual e para nós visuais, as lâminas daquela professora, apenas com escritos e sem uma formatação com margens e grifos constituíam uma quase que agressão e contavamos com angústia os segundos que faltavam para o término da aula castigo.
Ivone Boechat em seu artigo: “Ensinar é aprender, não é transmitir conhecimentos” afirma: O professor, como agente de comunicação, transformou-se num dos mais pobres recursos e dos mais ricos. Quando se imagina dono da verdade, rei do currículo, imperador do pedaço, mendiga e se frustra. Quando se apresenta cheio de humildade, de compreensão e vontade de aprender, resplandece e brilha!

Link para colocar nas palavras: Ensinar é aprender, não é transmitir conhecimentos http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/ensinar-e-aprender-nao-e-transmitir-conhecimentos


NOTA ZERO por colocar a sala na penunbra.

NOTA ZERO por acreditar que o conteúdo tem mais peso do que a transmissão do mesmo.

NOTA ZERO por defender uma posição de que basta ouvir para aprender.

NOTA ZERO para professores que lêem suas aulas.

Seria muito bom sim, que os professores pudessem conhecer as diretrizes orientadas pela ABNT para que os treinamentos sejam feitos com êxito.

Aguardo com ansiedade as reformas pluricognicivas dos currículos acadêmicos que já se iniciam no sul de nosso país, pois oferecer recursos didáticos aos professores é o início de uma real reforma didática na educação.

47- ESCANDALOSO ANÚNCIO NO MURAL DA UFU


Publicado no  face – no blog Ely cidadã e no blog Ely e professores

Estava eu saindo de um treinamento na Universidade Federal de Uberlândia quando me deparo com um anúncio no mural onde se ofereciam para fazer teses de término  de cursos de graduação ou pós graduação e quem sabe até mestrado!
O anúncio é este:




É uma escandalosa materialização da grande crise de nosso Ensino Fundamental que reflete no universitário. Já escrevi sobre isto no endereço


O pior é que é uma crise que reflete na moral, na ética, na profissionalização do aluno e até na motivação dos professores que sabem estar corrigindo trabalhos encomendados por seus alunos.

Conheço profissionais que prestam serviços ensinando, orientando e acompanhando alunos a elaborarem suas teses. Mas não é o caso deste anúncio que deixa bem claro o verbo fazer, realizar, executar.
Bem, fica aqui meu registro e meus pareceres.