sábado, 18 de maio de 2013

Substituindo espírito competitivo por espírito solidário


A educação, segundo Freire, deve ter como objetivo maior desvelar as relações opressivas vividas pelos homens, transformando-os para que eles transformem o mundo.
Inspirada pelo anseio da substituição da escola como campo de batalha pela escola como ambiente de construção de cidadãos solidários quero propor uma ampla discussão sobre expressarmos no Manifesto da Educação Pública no Século XXI o término do hábito motivador de promover competições intelectuais dentro do ambiente escolar.
Sei que isto virá a desorganizar o sistema pois será necessário acabar com as olimpíadas de matemática...de filosofia...de soletração...primeiros colocados em uma Feira de Ciências... acabar com os concursos de redação...as provas classificatórias e seletivas.
Competição não rima com inclusão e é o oposto da solidariedade.



A respeito de competições tenho refletido que:
a)      A competição é a pequena guerra que legitima a grande.
b)       Competição individualiza o indivíduo e divide o público assistente em grupos inimigos de torcidas. 
c)       Competição estimula sentimentos de egoísmo, vaidade, ciúmes, inveja e desprezo.
d)      Competição é altamente excludente colocando em diferentes margens os perdedores:  Numa margem mais marginalizada temos os que nem sequer foram inscritos por falta de capacidade (estes são condenados à morte daquele saber). Depois em margens cada vez mais internas: os que foram eliminados porque foram piores do que os outros; os que foram excluídos por terem ficado nervosos na eliminatória; os que ficaram eliminados por décimos ou milésimos de pontos apesar de terem se esforçado e se superado... até aqueles que ficam nos míseros 6º,5º,4º lugares; os que se classificam em 3º e 2º lugares e no meio de todas estas margens está preso o que ficou em primeiro lugar pois se descuidar um pouco seu reinado acaba e ninguém nem sequer se lembrará dele. (Já acompanhei casos de depressão com ex-reis de olimpíadas da matemática e da soletração).
e)      Muitos, em nome de melhor motivar os alunos estimulam competições entre meninos e meninas. Sobre isto escrevi em http://elypaschoalickeosprofessores.blogspot.com.br/2012/09/nota-zero-para-professores-que.html

Urge construir novas relações de solidariedade para a boa convivência dos seres humanos em um mundo cada vez mais globalizado.

Tags:
Manifesto, solidariedade, competição, orgulho, ganhar, ser vencedor, educação, exclusão, inclusão, briga, discussão, inveja, inimizade. 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

NOTA DEZ PARA MARIETA


Nota dez para MARIETA

Marieta e Ely Paschoalick
Hoje quero homenagear uma pessoa comprometida com o ensino-aprendizagem e sempre desejosa de aprender cada vez mais, quero dar NOTA DEZ para a professora Marieta Fagundes de Queiroz.
Nascida em Campo Grande – Mato Grosso do Sul – em 23 de setembro de 1957 Marieta é um exemplo de esforço, superação, competência, humanidade e espírito cristão.

Esforço e superação porque 20 anos após ter terminado seu ensino médio resolve retomar seus estudos formando-se primeiramente como professora para a primeira fase do Ensino Fundamental (crianças de 6 a 10 anos) e posteriormente gradua-se em pedagogia, com louvor e respeito de todos os colegas de classe, do trabalho e apoio e admiração de seus familiares.


Marieta em sua formatura em Pedagogia.

Marieta nos demonstra humanidade e espírito cristão não só na sala de aula onde pratica a inclusão como também participando efetivamente de mutirões e Ações Sociais em diferentes comunidades realizando atividades recreativas, contação de histórias e desenho para crianças.

Marieta é mãe de 4 filhos: Manoel Junior, Pedro, Ruth e Raquel Hellen porém seu genro José Nilson e sua  nora Aline considera-a também sua mãezona. Atualmente Marieta desfruta do prazer de acompanhar o desenvolvimento de seu neto Miguel a quem muito estimula.

Administrar sua própria formação continuada é preconizada pelo sociólogo suíço Philippe Perrenoud como competência a ser desenvolvida pelo professor no século XXI. Esta competência faz parte da natureza curiosa de Marieta, pois, cumprindo o desejo de seu coração de ser uma educadora atualizada, ela participa assiduamente de diferentes encontros, cursos, simpósios, palestras, congressos e treinamentos.

A professora que hoje ganha nota dez nesta coluna, destaca como temas inesgotáveis e irresistíveis: ética, sexualidade e educar na diversidade. Esta sua postura de “eterno aprendiz” faz de Marieta uma professora diferenciada sendo sempre solicitada para ficar com os alunos “difíceis e rejeitados” ou pelas dificuldades de aprendizagem que trazem consigo ou por seus comportamentos inadequados e agressivos.

Observar a paciência e firmeza com que Marieta aceita, convive, estimula e transforma tais alunos, é algo extraordinário, pois fica palpável e visível que ela desperta em tais alunos, sentimentos de competência, carinho, respeito e coletividade.

A professora Marieta um dia foi surpreendida pelo resultado obtido com uma aluna de 4 anos que batia muito nos colegas. Certa ocasião a menina dava fortes puxões de cabelo em outra coleguinha. Ao separar as duas a menina chutou muito a professora e esta ficou preocupada para achar uma saída para aquela situação e resolver o conflito interno de agressividade no qual aquela criança vivia atolada.

Contou-lhe, carinhosamente a história do “Riacho Formoso” onde a água era tão limpa, tão limpa que podia ver as plantas do fundo, os peixes nadando mas uma vez, a água estava toda poluída. Marieta fez perguntas que levou aquela pequena de 4 anos a pensar e fazer uma analogia da poluição do rio com a poluição do comportamento. A menina ficou muito desapontada ao perceber que seu coração estava poluído e fez propósito de mudança.

Com firmeza e carinho Marieta monitorou tais propósitos para que fossem fazendo parte da realidade daquela criança. A transformação gradativa daquele comportamento serviu de âncora, segundo Marieta, para aceitar e acreditar que mudanças acontecem através de intervenções amorosas que potencializam as qualidades e flagram o certo passando a mensagem de que o certo é certo em qualquer circunstância e que o erro pode ser evitado através do auto-controle.

Por estes casos e outros é que Marieta destaca como frase especial sobre educação: “Educar é viajar no mundo do outro sem nunca penetrar nele. É usar o que passamos para transformar no que somos”. Augusto Cury.

NOTA DEZ para Marieta por acreditar que todos têm possibilidades positivas dentro deles.

NOTA DEZ para Marieta por levar crianças a pensar sobre seus sentimentos e a sentir sobre seus pensamentos.

NOTA DEZ para Marieta por ter a prática de evidenciar o bom, o correto, as competências de cada um.

NOTA DEZ para Marieta que se desafia a aceitar todos os tipos de crianças e leva-os a conviver com a diversidade.

NOTA DEZ para Marieta que é geradora de um ambiente respeitador da dignidade humana, justiça, respeito mútuo e solidariedade na sala de aula.



Marieta aplaudida por toda família. 

61- CHUPETA E TECNOLOGIA.


Publicado no numero 05 – do ano 1 – Na revista Elite –
30 dias depois foi publicado na UIPI

ATENÇÃO PROFESSORES: a criança do século XXI já BATEU à porta e já ENTROU em nossos lares e escolas

Perdem seu tempo e são dignos de dó aqueles que estão lamentando ou comentando:
_As crianças de hoje não são iguais as do meu tempo...
_Hoje as crianças já não respeitam ninguém...
_As crianças hoje são impossíveis...
_O que falta para as crianças de hoje é uma boa surra...
_ Não sei mais o que faço... pois eles não têm limite... não têm família... não têm educação...

Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que são pessoas “cegas” que não enxergam um palmo adiante de seus narizes.

É claro que as crianças mudaram! Os meios de comunicação mudaram. A velocidade com que as notícias nos chegam acelerou. A quantidade de componentes da família diminuiu...

                                     Observem este bebê no cadeirão! A foto conseguiu reunir chupeta e tecnologia:  

Vamos apenas analisar o aspecto roupa:

Hoje não se usa mais cueiros apertados, faixas de umbigo, fraldas de pano, copos de vidro ou alumínio que quebram ou amassam.
Tais objetos limitavam os movimentos de nossos bebês e consequentemente, hoje eles são muito mais livres e ativos.

Hoje são oferecidos às crianças um número muito maior de objetos para interagir e consequentemente nossos bebês são mais curiosos e habilidosos.

É claro que este bebê possui mais precisão em seus movimentos onde o polegar é opositor ao dedo indicador. Este chamado “movimento de pinça” requer um cérebro pensante para realizá-lo. Nós, homens racionais, somos os únicos animais capazes de opor tais dedos para apreender objetos.

Sabendo-se disto sabemos também que o cérebro desta criança possui mais sinapses cerebrais do que o cérebro de seus pais.

Vocês conseguem imaginar que tortura será para esta criança quando ela for a uma escola em que vai exigir, em nome de educá-la para a vida social, que ela permaneça um longo tempo enfileirada, proibida de se comunicar com os colegas ao lado e tal escola vai obrigar que ela deixe para fora da sala de aula sua chupeta e seu tablet?

Pronto, está feito o cenário de terror e tortura que as salas de aula hoje representam para seus aluninhos e o efeito “estouro da boiada” ou “estouro da panela de pressão”  que acontece ao final das aulas ou nos intervalos escolares, denominados recreio onde as crianças se agridem e se esmeram nas técnicas de provocar o bullying, ser vítima de bullying ou simplesmente ser expectador de tais ações achatadoras da dignidade humana.

Pais, professores! Estudem mais sobre ações e reações! Informem-se mais sobre as experiências educacionais realizadas no início do século XX pelo movimento Escola Nova ou Escola Ativa.  Leiam mais sobre a formação da auto-estima e as experiências emocionais realizadas nas décadas de 60-70 pelos cientistas de comportamento humano.

Não dá mais para “lavar as mãos” à lá Pôncio Pilatos.

Vamos assumir nossas crianças em seu tempo e espaço, respeitá-las e desenvolver sua socialização e criatividade ensinando-as a escolher, pensar e discernir em suas escolhas.

Urge cada vez mais que as crianças de hoje desenvolvam o autocontrole e a auto-educação para serem sujeitos e construtores de seus conhecimentos.



60- ESCOLA: A boa, a má e a vilã



Tive a grata satisfação de estar com Pacheco (autor deste artigo) por ocasião do encontro de educadores em Uberlândia.

ESCOLA: A boa, a má e a vilã

A capa daquela revista ostentava um sugestivo título: Conheça as melhores escolas para o seu filho.

Imaginei que as maravilhas anunciadas, certamente, iriam gerar filas de espera para matrícula e as “boas escolas” publicitadas na revista iriam ter salas abarrotadas de alunos.

Mas também me questionei: a opinião pública saberá distinguir o que sejam escolas boas, más e vilãs? A mídia não ajuda, quando usa e abusa da expressão ambígua “boas escolas”, identificando-as com escolas ditas “de ensino tradicional”.

                                  AFINAL, O QUE SÃO “BOAS ESCOLAS?

Os indefetíveis partidários do regresso ao passado – como se de lá já tivéssemos saído… – elegeram como “vilã” a escola das ditas “novas pedagogias”.

Novas? Mas os seusavatares são velhos, quase fósseis! Piaget nasceu no século XIX. Vigotsky morreu há quase cem anos. Montessori criou a sua escola em 1907. E Dewey escreveu o seu livro essencial em 1905.

E a “má escola” é a “escola pública”, já se vê, uma instituição maltratada, vilipendiada, que sobrevive nas margens da obsolescência.

Numa simples expressão se sintetiza aquilo que o leigo considera “boa escola”: é aquela que, desde a creche, prepara o aluno para passar no vestibular, aquela que ocupa os primeiros lugares dos rankings.

                                    MAS O QUE NOS DIZEM OS RANKINGS?

Dir-se-á que assinalam escolas cujos alunos mais conteúdos aprenderam?

Mas, na verdade, as designadas “boas escolas” apenas adotaram algumas habilidades pedagógicas, que os potenciais clientes adoram.

Os quadros interativos, por exemplo, não são mais do que quadros negros do século XXI. E a cosmética pedagógica não disfarça a pobreza das práticas, apenas dão um ar de modernidade a práticas fósseis.


AS “BOAS ESCOLAS” CUIDAM DA FORMAÇÃO SÓCIO-MORAL DOS SEUS ALUNOS?

Os rankings atestam honestidade? Não creio. 

Se assim fosse, como se explicaria que, entre as elites que as freqüentaram, se contem muitos corruptos de colarinho branco?

 Quantos conformistas são produzidos nas “boas escolas”, que vão ocupar as cadeiras do poder, incapazes de uma postura humanista e inovadora? 

Qual a moral prevalecente nas “boas escolas”? Aquela que legitima a aplicação de vestibulinhos? Entre o vestibulinho e o vestibular, impunemente, muitas das ditas “boas escolas” produzem exclusão.


Qual a moral que as autoriza a condicionar a matrícula apenas a “bons alunos”, ou a recusar a matrícula de crianças “especiais”? Será aquela que leva escolas, crônicas ocupantes do topo dos rankings, a falsear resultados, evitando que os seus “piores alunos” façam prova…?

BONSAIS HUMANOS

Na “boa”, como na “má” escola, são produzidos bonsais humanos, quer sejam traficantes de favela, quer sejam criminosos de colarinho branco. Daí que talvez fosse útil acabar com o mito da “boa escola”.

E pugnar para que todas as escolas sejam boas escolas.

Aquilo que distingue uma “boa” de uma “má escola” não é o dispor, ou não dispor, de salas de aula 3d, lousa digital, tablets para todos… Isso são enfeites pedagógicos de um modelo de ensino obsoleto.

Em suma: é o reconhecimento da existência de “boas escolas” que legitima a existência das “más escolas”. 

Porém, não parece ser essa a nossa sina, dado que, quer os zelosos e abastados progenitores dos alunos das “boas”, quer os indiferentes e pobres pais dos alunos das “más”, as patrocinam.

Uns com mensalidades faraónicas, outros com a bolsa família, ajudam a manter a “boa escola” das suas representações. E a tragédia educacional continua no próximo ato…

AFINAL, O QUE SERÁ UMA “BOA ESCOLA”?

 Não será aquela que a todos acolhe e a cada qual dá condições de ser sábio e feliz, independentemente de ter patrocínio público ou privado? E se nos deixássemos de maniqueísmos fúteis?

Artigo escrito pelo Prof. José Pacheco – Educador atuante no Projeto Âncora na grande São Paulo.

59- Menino autista gênio da física é cotado para um dia levar Nobel

Fico pensando o que seria deste menino se não fosse as "pequenas" observações de sua mãe em relação a "pequenas" manifestações de seu filho.

Também penso muito no brasileirinho Raul cuja família teve que mudar-se para Brasília pois em Uberlândia as escolas mais se concentravam em comprovar que o laudo de um mestre em educação da Universidade Federal estava equivocado e que Raul não era super dotado do que acolher e desenvolver Raul, mesmo que seu cérebro não fosse tão brilhante como o laudo declarava.

Penso em tantas coisas que me inspiro para escrever mais e mais.

Se você se interessa pelos meus pensamentos leia um artigo que publicarei mais à frente com o título: PALESTRANDO SOBRE INCLUSÃO. Como minha palestra será hoje, vou deixar para escrever este artigo amanhã.

Lembrei-me também de minha sobrinha diagnosticada como autista na infância e hoje com mais de 30 anos é uma excelente esteticista diplomada, excelente cuidadora, filha, esposa, companheira.

Agora, vamos conhecer a saga de Jacob.



Aos dois anos de idade, o jovem americano Jacob Barnett foi diagnosticado com autismo, e o prognóstico era ruim: especialistas diziam a sua mãe que ele provavelmente não conseguiria aprender a ler ou sequer a amarrar seus sapatos.
Mas Jacob acabou indo muito além. Aos 14 anos, o adolescente estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais ganhadores de futuros prêmios Nobel.
O caminho trilhado, no entanto, nem sempre foi fácil. Kristine Barnett, mãe de Jacob, diz àBBC que, quando criança, ele quase não falava e ela tinha muitas dúvidas sobre a melhor forma de educá-lo.
"(Após ser diagnosticado), Jacob foi colocado em um programa especial (de aprendizagem). Com quase 4 anos de idade, ele fazia horas de terapia para tentar desenvolver suas habilidades e voltar a falar", relembra.
"Mas percebi que, fora da terapia, ele fazia coisas extraordinárias. Criava mapas no chão da sala, com cotonetes, de lugares em que havíamos estado. Recitava o alfabeto de trás para frente e falava quatro línguas."
Jacob diz ter poucas memórias dessa época, mas acha que o que estava representando com tudo isso eram padrões matemáticos. "Para mim, eram pequenos padrões interessantes."
Estrelas
Certa vez, Kristine levou Jacob para um passeio no campo, e os dois deitaram no capô do carro para observar as estrelas. Foi um momento impactante para ele.
Meses depois, em uma visita a um planetário local, um professor perguntou à plateia coisas relacionadas a tamanhos de planetas e às luas que gravitavam ao redor. Para a surpresa de Kristine, o pequeno Jacob, com 4 anos incompletos, levantou a mão para responder. Foi quando teve certeza de que seu filho tinha uma inteligência fora do comum.
Alguns especialistas dizem, hoje, que o QI do jovem é superior ao de Albert Einstein.
Jacob começou a desenvolver teorias sobre astrofísica aos 9 anos. No livro The Spark (A Faísca, em tradução livre), que narra a história de Jacob, ela conta que buscou aconselhamento de um famoso astrofísico do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, que disse a ela que as teorias do filho eram não apenas originais como também poderiam colocá-lo na fila por um prêmio Nobel.
Dois anos depois, quando Jacob estava com 11 anos, ele entrou na universidade, onde faz pesquisas avançadas em física quântica.
Questionada pela BBC que conselhos daria a pais de crianças autistas - considerando que nem todas serão especialistas em física quântica -, Kristine diz acreditar que "toda criança tem algum dom especial, a despeito de suas diferenças".
"No caso de Jacob, precisamos encontrar isso e nos sintonizar nisso. (O que sugiro) é cercar as crianças de coisas que elas gostem, seja isso artes ou música, por exemplo."

retirado do link:




segunda-feira, 13 de maio de 2013

58- CURSO SOBRE A ESCOLA DA PONTE



A educadora Ely Paschoalick divulga nesta coluna a oportunidade que se abre a todo educador com o curso on-line “Fazendo a Ponte”. 
 Legenda foto 01-assembleia: Atenciosamente alunos da Escola da Ponte participam ativamente das assembléias gerais todas as sextas-feiras.

O que é a Escola da Ponte
A Escola da Ponte <http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/>, situada em Portugal, é hoje uma das mais importantes referências em educação básica em todo o mundo.
A partir da publicação de uma série de artigos, e posteriormente um livro, por Rubem Alves ("A Escola Com que Sempre Sonhei Sem Imaginar que Pudesse Existir"), tornou-se conhecida de um público mais amplo, despertando a um só tempo curiosidade, espanto e esperança por conta de sua maneira peculiar de organizar o espaço e o cotidiano escolar e da excelência dos resultados que vem produzindo na vida de seus alunos nos últimos 30 anos.
Legenda foto 02-jardinagem: Aluno da escola da ponte da equipe responsável pelos jardins da escola.

O que você ganha com o curso
Este curso oferece aos que dele participarem a oportunidade de conhecer melhor como  funciona a Escola da Ponte, sua metodologia e prática educativa, com especial atenção aos aspectos relacionados ao desenvolvimento da autonomia, da motivação, da disciplina e da avaliação dos alunos.
Espera-se que aqueles que participarem deste curso saiam dele não apenas com mais e mais detalhadas informações sobre a Escola da Ponte, mas principalmente que apliquem no seu cotidiano idéias, estratégias e procedimentos inspirados nesta outra forma de fazer educação.




Quem ministrará as aulas
Professores da Escola da Ponte coordenados pela profa. Ana Moreira (atual coordenadora da escola).


Coordenação geral e tutoria: prof. Wilson Azevedo.

Qual é a programação?
- Ambientação Online - Escola da Ponte: uma visão geral -  Fundamentos teóricos
- Motivação dos alunos – Disciplina – Avaliação.

A quem interessa?
Educadores em geral, professores da rede pública e/ou privada de nível fundamental ou médio, estudantes de Pedagogia e profissionais da educação.

Pré-requisitos
- Conexão estável e regular com a Internet.
- Conhecimentos, em nível de usuário, de navegação na web e de uso de correio eletrônico (ler, redigir, responder e enviar mensagens).
- Disponibilidade de 10 horas (2 horas por dia útil em média) ao longo  de cada uma das 6 semanas de duração do curso.

COMO FAZER SUA INSCRIÇÃO
Link para as palavras: como fazer sua inscrição:
As inscrições podem ser feitas via internet pelo endereço:         http://www.aquifolium.com.br/educacional/ponte/

Apesar de conhecer a Escola da Ponte, de ter lido muitos escritos sobre ela, fiz este curso e achei muito bom organizar meus saberes e aprender mais com as intervenções dos colegas.


Legenda foto 03- “Sala de aula” da Escola da Ponte em momento de reunião dos alunos heterogêneos que formam os grupos deresponsabilidade.

Professores, vamos nos libertar deste sistema escravizante! 

57- KHAN - TABLET - AVIÃO - BOMBA ATÔMICA!


Assim como o avião que levou as bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, os tablets podem portar bombas atômicas capazes de destruir a educação!

Com esta argumentação, a educadora Ely Paschoalick escreve comentários sobre a necessidade de junto à implantação do ensino de tempo integral e do uso de tecnologia nas mãos dos alunos, faz-se também necessário mudar os paradigmas que norteiam a falida educação que hoje se apresenta.




Khan Academy é uma organização não governamental que tem como objetivo contribuir para a melhoria da educação por meio de vídeo aulas online disponibilizadas gratuitamente. Além dos vídeos, o site conta com um módulo de exercícios e um painel que permite ao usuário acompanhar seu desempenho. Todo conteúdo é aberto.

A Fundação Lemann, em parceria com o Instituto Natura e o Instituto Península, está trazendo a Khan Academy para o Brasil, traduzindo os vídeos de aritmética, biologia, química e física para o português e levando a ferramenta para as escolas públicas.

O Ministério da Educação do Brasil disponibilizará tais  vídeo aulas para professores, alunos e população em geral.

Até aqui estes três parágrafos nos contam avanços tecnológicos importantes e revolucionários, tão significativos quanto à invenção do avião. Mas não é aí que reside o perigo.

Assim como os aviões são para o transporte, as vídeo aulas são instrumentos preciosíssimos para o entendimento, assimilação e memorização dos conteúdos ministrados nos currículos de quase todo o planeta. 

Como as vídeo aulas serão utilizadas, o que irá acompanhá-las, como será a atuação dos educandos e educadores junto a estes instrumentos é que se constitui a questão que requer maior bom senso e, sobretudo, fundamentação teórica educacional capaz de quebrar velhos paradigmas e construir uma escola que privilegia a autonomia e a construção de um cidadão que seja capaz de ser, conviver, fazer e aprender com sustentabilidade e também com felicidade e realização.

Neste sentido, fiquei muito preocupada com o discurso de nosso ministro da educação em rede nacional sobre a utilização das vídeo aulas da Khan Academy:


"... especialmente dentrodo programa de educação em tempo integral que é o + educação, onde as crianças têm 4 horas/aulas obrigatórias do turno regular e mais 3 horas complementares. Nestas 3 horas complementares você utilizaria esta metodologia, permitindo reforço pedagógico ao aprendizado digitalizado e avanço no processo de formação”.

Preocupei-me, pois neste trecho do discurso o senhor ministro enfatiza que teremos mais uma mudança para não mudar nada.

Os paradigmas nos quais se alicerçam o falido sistema mundial de ensino continuam a vigorar: aulas de diferentes assuntos com o mesmo tempo pré-determinado, grupo de alunos atrasados, alunos adiantados, 4 horas de turno regular, 3 horas de atividades complementares.

Desta maneira, em minha opinião, a educação em tempo integral, uma das prioridades para o Brasil neste novo século, será um esforço financeiro e político de toda a nação desperdiçado, já que nossas escolas continuarão com suas salas de aula semelhantes a panelas depressão, com seu sistema de exclusão predominante sobre a inclusão e outrasmazelas que se apresentam hoje.

Necessitamos urgente que se construam novos paradigmas e já temos, no Brasil, experiências de sucesso que avançam dia a dia pelo caminho da “formação de pessoas e cidadãos cada vez mais cultos, autônomos, responsáveis, solidários e democraticamente comprometidos na construção de um destino coletivo e de um projeto de sociedade que potencializem a afirmação das mais nobres e elevadas qualidades de cada ser humano” (Projeto Educativo Ancora em São Paulo).

Se nossas escolas praticarem ações que efetivamente respeitem os princípios acima citados, as vídeo aulas do Prof. Kahm e os atraentes tablets já adquiridos pelo Ministério de Educação para serem distribuídos aos professores serão ricos instrumentos nos projetos instrucionais de nossos alunos, mas se continuarmos nos paradigmas demonstrados pelo senhor ministro em seu discurso oficial, creio que será o caos do caos.

Quando o senhor ministro termina seu discurso afirmando um avanço na formação de nossos alunos, eu lanço um questionamento a toda à nação:

 Que tipo de formação será essa? Vivemos na era da importância da informação, mas esta sozinha não garante formação de cidadãos plenos.

Ou fazemos um movimento para o programa mudar de nome trocando de + educação para + informação, ou fazemos nosso ministro repensar a filosofia dele e implantar um sistema de ensino integral, com TEMPO E ESTRATÉGIAS para a FORMAÇÃO DA CIDADANIA que é o que nossas crianças e jovens estão precisando.


É urgente que a polêmica seja maior, porque é necessáriolivrarmos nossas crianças deste ensino integral restrito que querem implantar eimpor, pois caso contrário, as novas tecnologias serão apenas mediadoras de bombas atômicas em nossas instituições escolares, e haverá uma devastação maior ainda do que a vigente.

Se não vamos trabalhar os 7 pilares da educação do prof. Pacheco, vamos pelo menos aplicar os 4 que já são divulgados e chancelados pela UNESCO deste o século passado e muito pouco praticado neste sistema de ensino engessado. 

56- O que é escola para mim?


Com esta pergunta ElyPaschoalick define a Escola que é viva em sua memória e que até hoje procura divulgar como idéia de escola entre os educadores que participam de suas falas.

  
Meu pai era professor voluntário na Escola PúblicaVocacional em Batatais.

Meu pai morreu muito cedo, no final da década de 60 com apenas 48 anos mas o suficiente para que eu, que nasci em 1951, guardasse coisas importantes na memória:

Na memória muscular o peso de um quadrado gravador Geloso. (Geringonça importada da Itália que hoje, para meus netos, é apenas mais um dos inúmeros aplicativos de qualquer aparelho móvel telefônico).

Usavamos aquele aparelho para fazer a sonoplastia nas peças de teatro que encenávamos como e com os alunos.

Na memória emocional é que ficaram as mais belas lembranças:
O MEDO: de errar no corte das fitas do gravador para fazer "edição" de maneira a jogar fora o que não queríamos que fosse reproduzido e emendar uma ponta na outra de maneira a não enroscar na hora em que passasse a fita e não estragasse o som.
Contrapondo com este medo motor ficou o DESTEMOR e a certeza de que sou habilidosa para fazer e lidar com o novo.
Com papai e mamãe aprendi que ESCOLA É:

Escola lugar de ter e trocar idéias.
Escola lugar de viver em grupo.
Escola lugar de fazer discursos e abaixo assinado para defender uma idéia.
Escola lugar de fazer comida...de fazer experiências... de fazer teatro...fazer escrita...fazer leitura...
Escola lugar de se auto-avaliar.
Escola lugar de ter e emitir opinião.
Escola lugar de liderar e ser liderado.
Escola lugar de conviver...viajar...
Escola lugar de criar, criticar, reivindicar...
Escola lugar de respeitar...amar...
Escola lugar de construir...aprender...lugar de ser sensível...de ser inteligente...
Escola lugar de ser feliz!
Obrigada Papai e Mamãe! Obriga meu Deus por me permitir ser filha destes dois educadores de menores abandonados do Instituto Agrícola de Menores de Batatais. Minha cidade natal.

Agora pergunto aos professores que leem este blog: O que é escola para você?

ElyPaschoalick

55- FALAR É FÁCIL OU ATO DE CORAGEM?!




Caro leitor

Agradeço por você ter citado no artigo de meu amigo José Pacheco a frase: “Falar é fácil!” pois ela foi estimuladora  desta reflexão que ora partilho com você e meus leitores.

Meu querido: Falar é difícil! Tão difícil e dolorido quanto fazer o diferente.

Falar, quando se trata de denúncia,  é colocar a cara à tapa!

E falar através da Net, em artigo escrito, é mais difícil ainda pois fica registrado o que falamos e exposto a todo tipo de leitores e comentários.

Eu falo sobre o que já fiz ao longo de meus 40 e tantos anos de educadora e ainda faço.

Por isso  vou falar...falar... falar... denunciar...denunciar...denunciar...criticar...criticar...criticar...até que mudanças sejam concretamente realizadas.

 Ainda não me aposentei e posso dizer que ainda faço a diferença neste país e em outros países, pois creio em uma educação institucional que desenvolve o ser HUMANO em todas as suas potencialidades.

Estou cansada destas medidas que fingem que mudam e nãomudam nada, nem sequer abalam os paradigmas e, muito pelo contrário, quando estas medidas “mascaradas” que eu denomino “Medidas Morfinasnão dão certo, elas servem para solidificar os paradigmas nos quais a educação mundial está engessada há séculos.

Creia meu querido leitor; fazer, para quem sabe,  é mais fácil do que falar.

E, para mim, fazer uma educação diferente da educação sistematizada e mecanizada que é feita na maioria das escolas públicas e particulares é mais fácil do que repetir este modelo falido, quebrado,agressivo e que exclui as pessoas diferentes e que eu, sobretudo,  me nego a reproduzi-lo.

Este sistema acaba sempre excluindo a todos pois somos uns diferentes do outro e é nesta diferença que está nosso caráter, nossas capacidades e nosso SER.

Carinhosamente uma velha que teima em fazer o DIFERENTE desejosa de fazer a DIFERENÇA nas vidas de seus alunos e amigos.


Associe-se ao movimento Românticos Conspiradores (RC) ecomece a fazer a diferença e se você já a está fazendo associe-se também e comece a divulgar a diferença que estás fazendo.