A educadora Ely Paschoalick continua a criticar a prática educacional brasileira e os rumos que está tomando.
Quero iniciar este artigo dizendo que sou “blogueira”, “interneteira”, “twitteira” e mãe de um programador digital que tem o apelido de “avô da lousa digital” pelo fato de ter muito contribuído para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da lousa interativa no Brasil.
Com estas afirmações quero deixar claro que não sou contra a tecnologia. Apenas sou ABSOLUTAMENTE contra a maneira que estão utilizando a tecnologia nas instituições escolares.
Sou a favor do uso da tecnologia na sala de aula e não só conheço os avanços da era digital como já fiz e faço uso destes periféricos: lousa interativa, câmera de documentos, prancheta interativa (tablet) e Internet em sala de aula.
Mas agora, preciso descrever a realidade dos sistemas brasileiros de ensino onde se pode ler:
Sistema de uso de apostilas ou de um só livro didático.
Hoje quero falar da lousa digital ou interativa.
Esta que está sendo a peça máxima do marketing de várias escolas particulares, principalmente as fabricantes das mesmas ou aquelas que atrelam a suas apostilas o uso de tal lousa.
Sobre este uso faço alertas a pais e professores:
(Observem estas crianças enfileiradas como no século XIX e assistindo uma aula do século XXI com lousa digital)
AOS PAIS:
Verifique se a escola de seu filho está utilizando a lousa digital na penumbra, com a luz apagada.
Verifique também, o que é pior ainda: Será que estão usando o marketing de lousa digital para fazer um único professor ministrar aulas a 80...100...alunos em uma mesma sala? Grande economia! Logo, logo recupera o investimento.
AOS PROFESSORES:
Você sabe que tem um seguro e toda uma legislação trabalhista que o protege das chamadas doenças provocadas em suas narinas, pele e pulmões pelo “pó de giz”.
Você está protegido dos efeitos que a luz dos projetores de uma lousa digital pode provocar em suas retinas e cérebro?
Pesquise e lute por isto.
É certo que estão desenvolvendo como baratear aquelas lousas digitais cujo projetor fica atrás delas e assim além de não produzir sombra também não incide luz nos olhos dos professores.
Mas, por enquanto, as mais usadas são as que expõem os professores há horas e horas frente à luz.
A questão não é que material se usa em uma aula e sim que metodologia se utiliza para expor aos alunos aquele material.
Sejam lousa digital, branca com pincel atômico, verde ou preta com giz todas elas utilizam o método PASSIVO onde pessoas (alunos) com tempo e modo de aprender diferenciado ficam na coletividade ouvindo e vendo conteúdos que se expõe, de fora para dentro, ou mesmo realizando exercícios automáticos e repetitivos, num ritmo considerado pelo professor como suficiente para a maioria.
NADA MUDA. O que precisa é respeitar as diferenças individuais, respeitar o tempo e o modo de aprendizado de cada um, oferecer oportunidade de cada aluno refletir, analisar, fazer suas escolhas, levantar suas hipóteses, provar suas hipóteses, interagir com o conteúdo, com os professores, com os colegas.
Aprender a ser, conviver, fazer e aprender.
Fazer trabalhos em grupo de pesquisa e de campo. Isto sim é provocar uma mudança no sistema escolar.
Para isto é que se deve utilizar a tecnologia e não para mais uma vez massificar o ensino e transformar a escola em lugar de instrução e exclusão.
Raio de luz nos olhos do professor...
sono no aluno que fica na penumbra...
sombra que distrai alunos visuais e cinestésicos...
será que isto é REALMENTE ampliar a qualidade da educação?
Fale comigo pelo: elypaschoalick@gmail.com
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