59- publicado UIPI semana 27 de maio
Texto introdutório: A
educadora Ely Paschoalick critica a maneira como o governo de Minas vem
implantando o Ensino Fundamental em Período Integral e sugere estratégias para
uma implantação com melhoria educacional.
Fui a uma escola estadual e qual
não foi minha surpresa ao verificar que a professora elegia um aluno da sala
para ficar na lousa a anotar o nome dos alunos que conversavam ao fazer o dever
de casa.
Esta atitude é extremamente
cruel, imoral, antiética, desnecessária, irresponsável e deveria ser
inadmissível no ambiente escolar democrático pois constitui uma estratégia
perfeita para estimular o bullying e outros comportamentos agressivos no
ambiente escolar.
Fui aprofundar-me para saber o
que era “fazer o dever de casa” quando me deparei com um sistema, que está
sendo citado como solução para o problema educacional, que é a adoção de escola
em período integral.
COMO É O PERÍODO INTEGRAL QUE O GOVERNO DE MINAS ESTÁ IMPLANTANDO?
Em um dos períodos o aluno tem as
aulas “normais” como no sistema de meio período: 45 ou 50 minutos, um intervalo
e troca de professores e matéria.
E num segundo período os alunos
fazem lição de casa e participam de atividades lúdicas, artísticas, esportivas
e conhecimento de línguas estrangeiras. (Ouvi dizer que para piorar, estão tendo
a “brilhante” idéia de utilizar os centros esportivos para o segundo período).
Esta sistemática, da maneira que
está sendo implantada, está provocando insatisfação dos professores e dos
alunos, além do que é pior, trazer um pré-conceito de que o período integral
não é bom.
Os professores de um lado dizem:
“Estes meninos estão cansados e chegam ao período da tarde sem querer fazer
mais nada!”
Os alunos de outro lado sentem-se
castigados por estarem em dois períodos.
ONDE ESTÁ O ERRO?
O erro está no sistema de
administração do tempo e das atividades.
Um período integral para ser de
qualidade necessita de uma reestruturação das atividades e do ambiente escolar.
FAZ-SE NECESSÁRIO QUE:
*O tempo de aula com o mesmo
professor seja o suficiente para consolidar e aprofundar o conhecimento dos
alunos em relação ao conteúdo oferecido. (Uma matéria bem interessante sobre o assunto
foi publicada pela professora Bárbara Falcão).
*O tempo de duração de cada aula,
tanto de manhã como depois do almoço, seja ampliado de maneira a possibilitar
atividades intelectuais dinâmicas e extra sala de aula e até excursões extra
prédio escolar. (Mas nunca sair da escola para resolver o problema de carência
de prédios escolares, pois isto é fazer das quadras esportivas depósitos de
alunos. O que se faz necessário é a construção de mais quadras esportivas
dentro dos prédios escolares inclusive que não provoque barulhos para quem está
dentro das salas de aula.)
*Que as aulas sejam ativas como laboratórios de matemática,
oficinas de redação e que os conteúdos façam parte de PROJETOS TEMPORÁRIOS com
início, meio e fim para que os alunos aprendam a escolher, administrar seutempo, pesquisar e trabalhar em grupo.
Para oferecer uma educação de qualidade é necessário que se
desenvolva os 4 pilares da Educação segundo Jaques Delors – Aprender a ser-
conviver- aprender e fazer.
É necessário exterminar com as
filosofias “Manda quem pode e obedece quem tem juízo!” e “Cada um para si e
Deus para todos!”
E agora, no lugar de exterminar
esta filosofia para manter os alunos enfileirados e mantê-los sem conversar um
com o outro (na contra-mão do século XXI) estão implantando a filosofia do “dedo
duro” ou “cagueta”, comportamento historicamente demonstrado como perpetuadores
dos sistemas ditatoriais (Adolf Hitler
– Benito Mussolini e Ditadura militar do Brasil).
Vamos lutar por uma
democratização e socialização da educação pública brasileira de qualidade que
ensina a pensar e liderar sempre na conquista da autonomia e que utiliza o aumento de tempo para aumentar a quantidade de possibilidades do aluno pensar...criticar...gerenciar...decidir...ser solidário...ético...ativo...
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